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Varíola dos macacos: esclarecimentos e informações sobre o vírus

Apesar de muitas pessoas desconhecerem o vírus monkeypox, ele não é novo e, neste atual surto do vírus, não é transmitido por animais


Ainda estamos saindo de uma pandemia e já nos deparamos com o surto de outra doença, a varíola dos macacos. O vírus ainda é pouco conhecido pela população, o que acaba gerando várias dúvidas e questionamentos sobre a doença. Então convidamos a instrutora do curso de enfermagem do Senac-GO, Bethânia Zago, para explicar um pouco mais sobre esse vírus que em pouco tempo se disseminou por todo o mundo. 

Uma das dúvidas mais frequentes é sobre o nome do vírus, que o relaciona com os macacos, e que tem feito a população temer o contato com estes animais. Inclusive esse é um dos motivos de preocupação da Organização Mundial de Saúde (OMS), que por meio de uma nota oficial, divulgada no dia 12 de agosto, propôs a mudança do nome do vírus e convocou toda a população para participar da nova escolha.

A varíola dos macacos é transmitida pelo vírus MPV – Monkeypox, que pertence ao gênero orthopoxvirus. Embora a doença não tenha origem nos macacos, o nome “varíola dos macacos” foi citado pela primeira vez em 1958, por um laboratório dinamarquês, após dois macacos, que eram mantidos para pesquisa, apresentarem sintomas semelhantes aos da varíola, por isso o nome monkeypox. O vírus só foi identificado em seres humanos em 1970, na República Democrática do Congo. Porém, “neste momento da história, esse vírus não é transmitido por macaco e nem por outro animal e, sim, via humanos; de uma pessoa que está contaminada para outra”, esclarece a instrutora de enfermagem Bethânia Zago.

A seguir a profissional elucida algumas informações sobre o vírus:

Transmissão

Segundo órgãos de saúde, a varíola dos macacos é transmitida exclusivamente por meio de contato físico com outras pessoas sintomáticas. Ocorre por contato próximo com lesões, fluidos e secreções corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama, toalhas, e demais objetos utilizados pelos infectados. Deve-se ter atenção, pois a doença é transmitida até que a pele do paciente esteja completamente cicatrizada.

Especialistas enfatizam que o vírus pode infectar qualquer pessoa, e que não se trata de uma doença exclusiva de uma determinada parcela da população. Outro esclarecimento é que a doença não pode ser classificada como Infecção Sexualmente Transmissível - IST. “A transmissão ocorre por contato, seja ele direto ou indireto”, complementa a Instrutora do Senac Bethânia Zago.

Principais sintomas

A profissional explica que a doença tem duas fases.  Segundo ela, na primeira fase, que é considerada o período de incubação da doença, é comum o paciente sentir calafrios, fraqueza e exaustão, além de febre, dor de cabeça, dores musculares e inchaço dos gânglios. Já na segunda fase, começam aparecer manchas vermelhas na pele. “Essas manchas depois viram bolhas, essas bolhas vão estourar e vão então virar feridas”, esclarece, e completa dizendo que esse estágio da doença é o mais perigoso, pois é onde ocorre o maior número de transmissão.

Normalmente essas manchas e lesões se concentram na face e nas extremidades do corpo, como palmas das mãos e plantas dos pés, mucosas (oral, genital ou anal) e região dos olhos.

Prevenção e formas de tratamento

Não existem tratamentos e medicamentos específicos para a varíola dos macacos, mas como é uma doença geneticamente parecida com a varíola, o tratamento utilizado é o mesmo.

Quanto às medidas de prevenção, algumas são as mesmas indicadas para a covid-19, tais como:

  • Distanciamento social (evitar abraços, beijos e demais contatos físicos)
  • Uso de máscara
  • Higienização das mãos

Além desses cuidados, deve ser evitado qualquer tipo de contato com pessoas infectadas ou materiais e objetos contaminados. Caso tenha contato, é importante ficar em alerta, procurar orientações médicas e comunicar imediatamente à vigilância epidemiológica municipal. “A prevenção depende de mim e de você”, finaliza Bethânia.

Confira a entrevista completa no vídeo abaixo: