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Sesc Saber: se não tratada, Síndrome de Burnout pode afastar profissional do trabalho

Distúrbio psíquico causa esgotamento físico e mental. Profissionais da saúde estão sendo os mais afetados na pandemia


Você sabia que o Brasil é o 2º país com o maior número de pessoas afetadas pela Síndrome de Burnout e que durante a pandemia os profissionais da saúde estão sendo os mais afetados pela doença? Hoje, o Sesc Saber traz para você detalhes sobre a doença que, se não tratada, pode afastar o profissional do trabalho.

Segundo a International Stress Management Association (ISMA-BR), associação voltada à pesquisa e ao desenvolvimento da prevenção e do tratamento de stress no mundo, o Brasil está quase topo dos países mais afetados pela Síndrome de Burnout, um distúrbio psíquico de caráter depressivo, relacionado especificamente ao trabalho, que causa esgotamento físico e mental. 

“É uma síndrome que afeta o estado de ser, de agir, de interagir e reagir frente às questões da vida, principalmente às ligadas ao trabalho”, explica o psicólogo clínico e organizacional, Ely Carvalho.

De acordo com o psicólogo, a indisposição e a falta de prazer podem ser indícios da Síndrome de Burnout. “Antes você tinha prazer de trabalhar, hoje já não vê mais prazer em nada, até em atividades que antes eram prazerosas. Antes se relacionava de uma forma e tinha prazer nessas relações, hoje essas relações te cansam. Antes tinha alegria e bem-estar e hoje fica apático frente às questões, até às coisas positivas”, exemplifica Ely. 

Também podem ser sinais da Síndrome de Burnout distúrbios do sono, dores musculares e de cabeça, irritabilidade, alterações de humor, falhas de memória, dificuldade de concentração, falta de apetite, agressividade, distanciamento social, depressão, pessimismo e baixa autoestima, sentimento de apatia e desesperança e irritabilidade exagerada. 

Burnout X Pandemia

Um estudo realizado pelo portal de conteúdos para médicos PebMed revela que 78% dos profissionais de saúde tiveram sinais da doença durante a pandemia de Covid-19. É importante ressaltar que a Síndrome de Burnout já existia antes da pandemia, porém, com o avanço da Covid-19, profissionais da linha de frente, ou seja, médicos, enfermeiros, professores, jornalistas e demais profissionais de serviços essenciais tornaram-se mais suscetíveis à doença. 

“A pandemia veio, isolou grande parte da sociedade, mas os serviços essenciais continuaram e os profissionais que já eram afetados ficaram mais afetados ainda”, explica Ely Carvalho. 

Tratamento

O primeiro passo, segundo o psicólogo ouvido pelo Sesc Saber, é procurar apoio. A pessoa acometida pela doença precisa de orientação profissional e especializada para ajuda-la a lidar com o momento e a entender o que ela está passando, sentindo e vivenciando, e também para tratá-la. 

“Quando se fala em saúde mental”, explica Ely, “as pessoas querem fazer por si mesmas. Eu costumo dizer que os nossos monstros às vezes são bem maiores do que imaginamos e é nesse momento que precisamos de ajuda profissional para fazer um tratamento com psicólogo ou psiquiatra, para o caso de precisar de medicação para controlar os níveis de taxas hormonais”.

O psicólogo destaca ainda que, se não tratada, a Síndrome de Burnout pode afastar o profissional do ambiente de trabalho. Por isso, o ideal é deixar os preconceitos e medo de lado e procurar ajuda. “Quando você procura ajuda, você é muito mais forte que pensa”, ressalta Ely. 

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