Saudade: como lidar com esse sentimento?
Psicóloga explica que o luto faz parte de um processo de saúde psíquica
Saudade. Essa é uma palavra que
só existe na língua portuguesa, mas ecoa nos corações de todo mundo,
independentemente do idioma. De acordo com a chefe da Seção de Desenvolvimento
Pessoal do Sesc e Senac Goiás, a psicóloga Lígia Leite, a saudade pode ser
sentida como uma grande dor ou como uma boa lembrança.
“A saudade é um conjunto de
sentimentos que é causado pela ausência de algo ou alguém, mas não
necessariamente vai estar sempre associado a sofrimento e tristeza”, explica a
psicóloga. De acordo com ela, quando as lembranças trazem alegria, uma boa
nostalgia e não impede da pessoa seguir a vida, esse sentimento é bem-vindo.
Mas quando a saudade deixa alguém
paralisado no tempo, fixado nesse período, é importante que a pessoa procure
ajuda profissional. “Psicólogo, psicanalista ou psiquiatra, eles vão ajudar a
conduzir esse momento e não deixar que essa saudade seja um peso, um fardo”,
ressalta.
LUTO
Em caso do processo de luto, a
saudade também pode ser sentida de forma física, com dificuldade para dormir,
desinteresse pela atividade do dia a dia e falta de apetite. Uma pesquisa
encomendada pelo Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil
(Sincep) e realizada pelo Studio Ideias, em 2018, revelou que falar sobre a
morte é um tabu para mais de 73% dos brasileiros.
“Quando a saudade se trata da
perda de alguém querido ou do rompimento de uma relação, essa saudade é sentida
de forma mais dolorosa e é muito importante eu não evitar essa dor. Esse
sentimento tem que ser sentido e processado, o luto tem que acontecer. As
pessoas hoje em dia têm muito receio dessa palavra, mas o luto é um processo de
saúde psíquica, quando eu passo pelo luto eu consigo elaborar essa perda”,
esclarece a psicóloga Lígia Leite.
Conforme a profissional, os
processos do luto passam pelo reconhecimento da perda, reconhecimento da dor, e
então só depois é possível dar sentido à palavra saudade no sentido de legado,
história e aprendizado.
Confira a entrevista completa com a psicóloga no vídeo abaixo: