Felicidade. Uma palavra tão pequena, mas que carrega consigo um conceito tão amplo. Afinal de contas, o que é felicidade? Você já parou para fazer essa reflexão? A pesquisa Global Happiness 2022, realizada pela empresa francesa Ipsos, em 30 países, mostrou que o índice de felicidade das pessoas diminuiu em todo o planeta. Desde a última pesquisa, realizada em 2013, a felicidade do brasileiro caiu 18 pontos percentuais. Em 2013, 81% dos entrevistados no Brasil se consideravam “muito felizes”, agora o índice caiu para 63%.

Para falar sobre esse tema, a equipe de comunicação do Sesc e Senac Goiás entrevistou a psicóloga Fábia Cristina. De acordo com ela, pensar que a felicidade é permanente é uma utopia, as pessoas precisam criar menos expectativas em relação às situações da vida. Confira a entrevista:

Pergunta: O que é felicidade?

Resposta: “Felicidade é um conceito eterno. Essa dúvida, essa pergunta, o que é felicidade caminha com a humanidade. O conceito de felicidade é subjetivo, muito individual, o que para mim é felicidade não é necessariamente para você, mas a gente pode catalogar que somos felizes em quatro áreas da vida: pessoal, profissional, social e espiritual. Haverá momentos que estaremos mais felizes em uma e não tanto em outra, meio que montanha-russa. Mas o que é importante? A gente se conhecer, quanto mais a gente se conhece, mas eu vou saber o que me deixa feliz e o que não me deixa feliz. Para algumas pessoas felicidade é ter, são os bens materiais. Para outras é o desenvolvimento espiritual. Por isso que a felicidade é subjetiva e individual.”

Pergunta: Por que a felicidade é transitória?

Resposta: “O caminho para chegar na felicidade vai passar por turbulências, por exemplo, você quer adquirir um bem para te deixar feliz, até você adquirir esse bem você vai passar por alguns percalços, por isso a felicidade é transitória. E quando você atingir o nível de felicidade em relação a alguma coisa que planejava, surgirá outros planos e outros. A felicidade é um estado, são vários momentos que te deixam felizes, mas eles passam, e outros vêm.”

Pergunta:  Como lidar com o fato de que não existe um estado de felicidade permanente?

Resposta: “Pensar que a felicidade é permanente é uma utopia. Só de pensar isso já gera um sofrimento, porque você vai estar sempre em busca de algo que não vai alcançar e isso pode gerar frustrações e doenças como depressão. Essa busca constante de uma felicidade permanente pode te levar para um caminho que você acaba perdendo o momento da felicidade do dia a dia, das coisas corriqueiras, porque você está buscando algo muito grande, e isso te deixa infeliz. Como você lida então com essa situação? Exatamente diminuindo a sua expectativa, procurando ser feliz nas pequenas coisas, com as suas pequenas conquistas, que na verdade não são pequenas, desde que sejam suas.”

Pergunta: Como ser feliz individualmente e coletivamente?

Resposta: “Individualmente seria buscando as coisas que você gosta. O que é bem-estar para você? Quais são suas metas? Quais são seus sonhos? O que você busca para você? O que você quer ter? Quem você quer ser? O que vai te deixar feliz? Só que logicamente que isso tem um limite, o que adianta eu ter tudo, ser tudo, se o mundo em minha volta está desmoronando? Se as pessoas que eu amo não estão bem? Será que isso vai me deixar feliz, mesmo eu conseguindo as minhas coisas? Então eu preciso também proporcionar um pouco de felicidade para as pessoas com as quais eu convivo, isso também pode me deixar feliz. O meu individual vai esbarrar no coletivo porque a gente é um ser social. Então é um conjunto de coisas.”  

A entrevista completa você pode conferir no vídeo abaixo: