Jogos Paralímpicos reforçam a importância do incentivo ao esporte para a pessoa com deficiência
No Brasil, cerca de 46 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência. Atividade física promove autoconfiança, além dos benefícios físicos
Os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, que iniciaram no dia
24 de agosto e se estendem até 5 de setembro, fizeram reviver as grandes
emoções do acontecimento mais importante do esporte mundial. Mas a participação
dos atletas paralímpicos trouxe também à tona uma outra questão, a importância
do incentivo à prática de atividade física para pessoas com deficiência.
De acordo com o Censo 2010, do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), quase 46 milhões de brasileiros, cerca
de 24% da população, têm algum tipo de deficiência. Existem
evidências de que as pessoas com deficiência tendem a ter estilos de vida menos
ativos e saudáveis.
“Nós utilizamos os exercícios físicos como maneira de manter
a composição corporal saudável e para prevenir doenças como diabetes,
hipertensão e colesterol alto. A pessoa com deficiência, não é diferente, elas
precisam dessas mesmas prevenções e cuidados com a saúde”, explica a professora
de educação física do Sesc Goiás, Giulia Moraes.
A atividade física, em qualquer âmbito, escolar,
amador ou competitivo, promove benefícios para a saúde física e mental.
Para a pessoa com deficiência, os ganhos podem ser ainda maiores,
aprimorando a força muscular, resistência, equilíbrio, agilidade, coordenação
motora e consciência corporal de uma maneira geral. “Isso vai se manifestar no
dia a dia, ela vai se tornar uma pessoa mais independente e autônoma, o que vai
refletir nos fatores psicológicos também”, destaca Giulia Moraes.
Da mesma forma, a socialização é outro ponto positivo, de
acordo com a professora. “A gente percebe que algumas pessoas com deficiência,
se tornam mais reclusas e isoladas, com a tendência de ficarem mais sozinhas. O
exercício físico é um fator estimulante para que a pessoa saia e conheça outras
pessoas, promovendo maior socialização”, afirma.
Liberdade
Liberdade e superação. Para a nadadora, Nívia Freitas, 45
anos, essas duas palavras representam a importância do exercício físico em sua
vida. Em 1991, ela sofreu um acidente, no qual resultou em um traumatismo
craniano, deixando algumas sequelas. “Eu perdi a fala, coordenação e o
equilíbrio. Eu me comunicava só com os olhos. De lá para cá, a minha vida tem
sido uma luta pela vida”, recorda.
Segundo Nívia, foi a natação, associada aos tratamentos
médicos, como fisioterapia, fonoaudiologia, terapia e equoterapia, que
trouxeram esperança e qualidade de vida para ela. “Tudo que eu faço hoje é
porque eu tive a natação na minha história”, afirma. Aluna do Sesc Campinas, hoje, ela é atleta de
competições estaduais de natação adaptada.
Assista o vídeo abaixo e veja a história completa da Nívia Freitas: