Etarismo: a discriminação do mercado de trabalho com as mulheres idosas
Psicóloga da seção de Recrutamento e Seleção do Sesc e Senac Goiás, Kamylla Stefany, explica que mesmo com os avanços as mulheres sofrem mais preconceito no mundo cooperativo
O crescimento da população idosa está aumentando no Brasil.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país
conta com mais de 32,9 milhões de idosos. Entre os anos de 2012 e 2019, houve
um aumento de 29,5% na população idosa brasileira. A expectativa é de que o
número aumente para 58,2 milhões de idosos em 2060.
Diante desses números surge a reflexão: o mercado de
trabalho está se preparando para essa inversão na pirâmide etária brasileira?
Segundo a psicóloga da seção de recrutamento e seleção do Sesc e Senac Goiás,
Kamylla Stefany, o etarismo, discriminação pela idade, é uma realidade que
precisa ser discutida no mercado cooperativo.
“O etarismo é muito comum, principalmente na faixa etária
maior, e tem pesquisas que revelam evidências do etarismo mais frequente com a
população feminina. A mulher vem alcançando cada vez mais espaços, mas isso
infelizmente ainda é um grande desafio”, explica Kamylla Stefany.
As mulheres vivem mais, mas têm carreiras mais curtas e
ascendem menos à liderança. A competência, experiência e a formação acadêmica,
no entanto, não impedem de serem discriminadas depois que entram nos 50 anos.
Elas são acostumadas a ouvir piadas cotidianas sobre sexo, menopausa, aparência
e outros aspectos ligados ao envelhecimento.
De acordo com a psicóloga Kamylla Stefany, a forma como a
mulher é vista pela sociedade ainda é diferente da forma que a sociedade
enxerga o homem. Mulheres com cabelos brancos são interpretadas de formas
diferentes em relação aos homens grisalhos, por exemplo.
Para a especialista, as empresas e os líderes de equipes
precisam perceber que formar times com diferentes gerações é benéfico para
todos. Por ter mais experiência, segurança e vivência, a profissional madura
pode ser um ponto de equilíbrio em times com jovens ansiosos em ganhar o mundo.
“A base de tudo é informação e conhecimento. As empresas precisam fazer os treinamentos de reciclagem, proporcionar inclusão digital dessas mulheres, trazendo uma didática que envolva toda a equipe e proporcione conhecimento para elas”, afirma Kamylla Stefany. Ademais, ela aconselha que as mulheres idosas também busquem conhecimento, especialmente no mundo tecnológico para continuarem no mercado de trabalho.
Confira abaixo a entrevista completa da Kamylla sobre o assunto: