Como enfrentar os desafios do desfralde das crianças
Especialista do Sesc explica os sinais que indicam o momento certo e como tornar essa fase natural e sem estresse
É comum que
os pais enfrentem desafios durante as diferentes fases de vida dos filhos, como
a amamentação, o aprendizado para andar, falar e, claro, o desfralde. O
desfralde, é um marco importante no desenvolvimento infantil, ocorre quando a
criança deixa de usar fraldas e começa a aprender a controlar suas necessidades
fisiológicas, como urinar e evacuar no momento apropriado.
Esse
processo, que exige paciência e compreensão, pode variar de acordo com a
criança, mas é fundamental para a sua autonomia e desenvolvimento emocional. A
transição do uso das fraldas para o aprendizado do banheiro é um processo
natural, mas que pode trazer desafios e dúvidas tanto para a criança quanto
para os pais.
De acordo
com a psicóloga escolar do Sesc Universitário, Camila Dantas, o desfralde é um
momento de desenvolvimento no qual a criança começa a ter mais controle sobre o
próprio corpo. “Os sinais para que o desfralde ocorra podem variar, como o
interesse da criança pelo que acontece no banheiro, imitar os adultos ou irmãos
mais velhos, a fralda ficar seca por períodos mais longos, além disso, se a
criança compreende instruções simples, como tirar a roupa, sentar-se no vaso ou
demonstrar desconforto quando está com a fralda suja, também é um sinal de que
ela está preparada para iniciar o processo de desfralde”, afirma.
A psicóloga
salienta que o desfralde é um processo gradual e que, para ser bem-sucedido, é
importante que a família e a escola se unam, criando um ambiente acolhedor e
respeitoso, que encoraje as crianças a iniciarem esse processo. “São pequenas
etapas que a criança vai conquistando e que devem ser celebradas”, diz Camila.
O presidente
do Sistema Fecomércio, Sesc e Senac e vice-presidente da CNC, Marcelo Baiocchi,
reforça que o Sesc Universitário desempenha um papel importante para as
crianças que passam pelo processo de desfralde e também para os pais, “acreditamos
que, ao levarmos informações para as famílias, contribuímos para o
desenvolvimento saudável e consciente dos pequenos e para o fortalecimento do
vínculo familiar nesse momento tão importante”. Vale ressaltar que o Sesc
Universitário é uma instituição do Sistema Fecomércio, que integra a
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), presidida
por José Roberto Tadros.
Leopoldo
Veiga Jardim, diretor regional do Sesc Senac Goiás, acentua que, “o Sesc busca
estreitar laços com as famílias, oferecendo o apoio necessário para que esse
processo aconteça de forma leve e natural, promovendo uma jornada de
aprendizado harmoniosa”.
Segundo
Camila, além da transição das crianças para o uso do banheiro, o desfralde
envolve mecanismos cognitivos muito complexos, “a criança começa a sentir
alguns desconfortos no próprio corpo, como incômodos na bexiga e no intestino,
e nem sempre consegue nomear esses desconfortos ou chamar o adulto para ir ao
banheiro”, explica.
A professora
de educação infantil do Sesc Universitário, Robia Cardoso, conta que o processo
de desfralde de seus alunos do maternal acontece de forma muito respeitosa, “sempre
nos norteamos pelo princípio de acolher as crianças, sem pressão, respeitando o
tempo e os sinais que elas nos dão: crianças que usam fraldas e pedem para ir
ao banheiro. Além disso, sinais de autonomia, como quando conseguem subir ou
descer as roupas”. A professora explica que, em suas aulas, ela cria momentos
estratégicos, como rodas de conversa, nas quais oferece idas ao banheiro, “todas
as crianças participam desse momento, tanto as que usam fraldas quanto as que
não usam, e daí surge o desejo de usar o banheiro”, conclui.
A psicóloga
Camila, diz que é importante os pais escutarem as crianças e respeitarem o
tempo de cada uma. “Nas unidades de educação infantil do Sesc, contamos com uma
equipe pedagógica preparada para escutar e entender quando os sinais de
desfralde ou de outras situações estão acontecendo com a criança e também
apoiar todas as famílias”.
A mãe da
aluna Lara, Bárbara Azevedo, relata que o desfralde de Lara começou quando a
pequena apresentou alguns sinais, “ela pedia para ir ao banheiro,
principalmente no momento de evacuar, pois sentia aquela dorzinha, e assim
fomos explicando para ela que era o momento de usar o banheiro. É importante
ver cada criança como única e perceber o que ela está nos mostrando”, ressalta.
Bárbara complementa
que o banheiro de sua residência foi adaptado com um assento específico e uma
escadinha para tornar o processo mais tranquilo. “Quando a Lara entrou para a
escola, foi excelente, pois o Sesc nos orientou sobre o desfralde, alertando-nos
de que poderiam ocorrer alguns escapes ou até dores de barriga, e a professora
sempre nos informou sobre o que fazer caso isso acontecesse. O Sesc sempre
apoiou e tem incentivado a independência da Lara, principalmente em seus
cuidados pessoais”, conclui.
Camila relembra que é essencial que os pais estabeleçam uma rotina para as crianças, destacando a importância de, “convidar a criança a ir ao banheiro, pois muitas vezes elas nem percebem que estão com vontade de urinar”. Além disso, ela sugere que seja criada uma programação específica para momentos-chave do dia, como após as refeições ou antes de dormir, seguindo práticas que já são adotadas na escola. Essa rotina favorece o desenvolvimento da independência e a criação de bons hábitos de higiene. “A melhor dica que podemos oferecer aos pais que estejam inseguros é: escutem as crianças, busquem cada vez mais entender seus interesses e o que os pequenos querem transmitir. A criança se sentirá segura ao perceber que, ao seu redor, está amparada por pessoas que a amam, confiam e as encorajam”.
Confira o vídeo completo:
Momento Saber: como enfrentar os desafios do desfralde das crianças? - YouTube
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