Vínculos afetivos: como as brincadeiras fortalecem os laços entre família
Recreador do Sesc Campinas explica que a brincadeira é a linguagem na qual a criança se comunica com o mundo
Brincar com o seu filho uma hora
por dia é um dos ingredientes na construção dos laços afetivos entre a família.
De acordo com o recreador do Sesc Campinas, João Paulo Falcão, a brincadeira na
infância é de extrema importância, porque é por meio dela que a criança se
comunica com o mundo. É brincando que os pequenos desenvolvem o cognitivo,
social, emocional e psicológico.
“As brincadeiras fortalecem os
laços afetivos, porque se cria nesse espaço de brincar em família a confiança,
um lugar de segurança e afetividade. Essa criança que tem um tempo saudável de
brincadeira com os pais, ela com certeza vai responder com mais tranquilidade e
credibilidade a confiança nos pais. A brincadeira entre a família é um canal de
honestidade e aproximação”, afirma João Paulo Falcão.
Brincar muito, dormir muito, e
passar menos tempo em atividades sedentárias são, resumidamente, as
recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para crianças com menos de
5 anos. Para crescerem de forma mais saudável, a organização recomenda que as
crianças nesta idade passem mais tempo com atividades físicas e durma as horas
necessárias de sono.
De acordo com o recreador do Sesc
Campinas, João Paulo Falcão, o uso das telas é um dos grandes desafios para os
pais e responsáveis. “As telas estão cada vez mais presentes em nossas vidas,
isso é um fato. A tecnologia caminha para esse uso de tela frequente por
diversas questões. Estar diante da tela é muito importante, porque facilita o
aprendizado, facilita o conhecimento, o esclarecimento de dúvidas, mas como
diminuir isso e propor jogos, brincadeiras e uma relação mais próxima longe das
telas? Dando o exemplo, primeiramente”, ressalta.
Para ele, os adultos também estão
viciados na tela e é pouco provável que uma criança vá ouvir o pai ou a mãe se
eles mesmos estão com os celulares nas mãos. “Isso é uma comunicação
contraditória. Os adultos também precisam largar a tela para convencer a criança
que ela precisa brincar”, destaca.
Adultocentrismo
Segundo o recreador João Paulo
Falcão, para a construção dos laços afetivos, os pais e responsáveis precisam
abrir mão de um novo termo da sociologia que é o adultocentrismo. Também
chamado de adultismo, o termo se refere a práticas e comportamentos que dão
poder aos adultos e tiram das crianças a liberdade, ou seja, é quando os
adultos determinam que as crianças têm menos direitos, conhecimentos e espaços
em detrimento dos adultos.
“Nós que somos adultos, nós lemos
as crianças, lemos as vidas das crianças, de uma forma muito voltada para a
nossa lente. Então se a criança chora a gente fala “menino não chora, não é
hora de chorar”, mas a criança não vai entender. Então se a gente abrir mão do
adultocentrismo, dessa lente racional demais, a gente vai se aproximar desse
mundo mais lúdico e vai ter mais abertura, tranquilidade e criatividade para
propor brincadeiras e momentos saudáveis e de qualidade em família”, explica.
Para se aproximar da criança, ele
aconselha a aproximação da linguagem infantil que é a brincadeira. Se os pais
não sabem o que propor nesta hora, a orientação é perguntar para a criança do
que ela quer brincar.
“Eu gosto muito do simples, opte
pelo simples, busque formas nas nuvens com as crianças, buscar formas nas ruas,
o brincar está em todo lugar, é muito fácil, basta só querer aproximar desse
mundo lúdico”, reforça João Paulo Falcão.
Tinta de terra
O recreador do Sesc Campinas ensinou uma receita de tinta que a base é terra peneirada. Quer saber como faz? Basta assistir a entrevista completa no vídeo abaixo: