O Brasil possui cerca de dois milhões de autistas, segundo dados do Ministério da Saúde. As principais características de quem vive com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) são a dificuldade para interação social e linguagem, comportamento repetitivo e restritivo. Receber a notícia do diagnóstico do TEA de um filho é um grande impacto para muitas famílias. A inclusão social é um dos principais desafios para os pais e as crianças.

O Sesc Goiás é uma instituição que promove a integração social de crianças autistas em suas atividades pedagógicas e de recreação. Um exemplo é o programa Sesc Mais Lazer. Segundo o assessor técnico de Recreação do Sesc Universitário, Dione Rezende, todas as atividades de lazer na instituição são inclusivas.

“Quando organizamos atividades como Sesc Mais Lazer sempre pensamos na acessibilidade. Por mais que a ação não pareça ser, nós transformamos ela em integrada. Sempre estamos prontos para receber esse público”, afirmou. Segundo ele, aumentou a procura de pais em busca de recreações inclusivas na unidade, o que prova a qualidade das atividades.

A professora de inglês e voluntária da Associação de Familiares e Amigos do Autismo de Goiás (Afaag), Débora Graziella, é uma das mães que acompanha as ações de inclusão do Sesc. Ela esteve no último Sesc Mais Lazer da unidade Universitário. De acordo com ela, a experiência foi positiva.

“As crianças gostaram e foram acolhidas pela equipe. A nossa família se sentiu tranquila e amparada. Foi muito bom ver as crianças participando de todas as atividades, também foi ótimo ver a paciência dos instrutores”, afirmou.

Débora é mãe de dois filhos com o diagnóstico de TEA. Para ela, seus filhos representam luta, paciência, amor e respeito, além da sua reforma íntima. Segundo a professora, todo dia é um aprendizado e uma descoberta nova. Contudo, a falta de conhecimento da sociedade sobre o autismo torna a inclusão mais difícil.

“Muita gente acha que criança especial precisa frequentar locais só com crianças especiais. Nós sabemos que isso é mentira. É fato que crianças com autismo se sentem confusas e com medo de ambientes novos, mas as pessoas precisam desenvolver a tolerância e o respeito para entender que basta apenas uma adaptação para que o autista se sinta bem no local novo”, desabafou.

Mesmo com desconhecimento da população, Débora não desiste da inclusão social dos seus filhos. De acordo com ela, somente assim ela poderá garantir uma vida adulta feliz para eles. “Os meninos não precisam se adaptar ao ambiente social, eles precisam se sentir confiáveis e bem-vindos. As diversidades existem e sempre vão existir. Basta saber conviver com elas”, destacou. Depois da primeira experiência no Sesc Universitário, ela agora pretende conhecer mais a instituição e participar das ações.

Sesc Mais Lazer
A próxima edição do Sesc Mais Lazer da unidade Universitário está programada para o mês de agosto. As atividades são abertas à comunidade. Conforme Dione Rezende, os eventos são temáticos para proporcionar uma maior interação com o público. As crianças e os pais podem participar das recreações e das ações pedagógicas.

Todas as unidades do Sesc Goiás possuem atividades de recreações. Para conhecer a programação basta acompanhar por aqui ou pelas as redes sociais da instituição.