Férias escolares: o desafio de entreter as crianças além das telas
Professora do Sesc Cidadania explica que o excesso de telas pode causar danos a curto, longo e médio prazo
Televisores, tablets, computadores e celulares estão cada
vez mais presentes na rotina familiar, integrando momentos de estudo, trabalho
e lazer. Contudo, especialistas recomendam que as telas não sejam a principal
fonte de diversão das crianças e dos adolescentes, e regular o acesso a elas
acaba se tornando um dos grandes desafios da família moderna, em especial no
período das férias escolares.
De acordo com a professora de educação física do Sesc
Cidadania, Maura de Souza, o excesso de telas pode causar danos a curto, longo
e médio prazo. “A curto prazo as crianças estão perdendo o foco, a médio prazo
elas estão perdendo o interesse por informações que tem que ser processadas em
partes, e a longo prazo elas estão se transformando em pessoas, de acordo com a
psiquiatria, que tem menos iniciativa. Como elas estão pegando tudo pronto,
isso dificulta para que elas queiram tomar frente as coisas”, explica.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) tem suas
recomendações sobre o tempo e a idade que as crianças devem ser expostas a
telas, até uma hora por dia para crianças com idade entre 2 e 5 anos, e duas
horas, como o limite máximo, para crianças com idade entre 6 e 10 anos. Já para
os adolescentes, com idades entre 11 e 18 anos, a indicação é de, no máximo, 3
horas por dia, incluindo o uso de videogames.
Conforme a professora, outro ponto que merece atenção da
sociedade é em relação a falta de filtro do acesso das crianças e adolescentes
às telas. “Uma criança de 11 anos está assistindo o mesmo TikTok que um
adolescente de 16 e 17 anos. Ou seja, não está tendo um filtro em relação a
idade, assim como a qualidade de imagem e conteúdo”, destaca Maura de Souza.
Desafio
Segundo a professora de educação física do Sesc Cidadania,
Maura de Souza, é fato que a sociedade cada vez mais está em um cotidiano
agitado e que os pais e responsáveis se preocupam muito com a quantidade, porém
ela ressalta que o essencial é se concentrar na qualidade.
“É um desafio tirar os filhos de frente da tela, mas
eles precisam desse incentivo. Leve seu filho para o parque, leve uma corda ou
uma bola para brincar. Não tem como sair? Desenhe, faça massinha, a questão é
se propor para estar com seu filho na qualidade máxima que você é capaz, mesmo
que o tempo seja curto”, afirma.
De acordo com a profissional, quando a criança e adolescente
saem da tela, há o momento de ócio, que é o período de criação. “Como bem diz
Chico Buarque, uma bola é um pedaço de plástico, inflável, com ar dentro, ela
não tem significado nenhum, quem vai dar significado para essa bola é a
criança, é esse momento de ócio”, destaca.
Sugestões
No canal do YouTube do Sesc Goiás há uma série de vídeos,
feitos pelos recreadores da instituição, ensinando atividades que podem ser
realizadas com as crianças e adolescentes em casa.
Clique aqui e confira as sugestões.
Entrevista completa
Ficou interessado no tema “Além das Telas”? Confira a matéria completa com a professora Maura de Souza no vídeo abaixo: