Aulas online: o aprendizado como nunca se viu
Aluna do Sesc Cidadania conta como é a rotina e a adaptação no novo modelo de ensino; Psicóloga traz dicas de como os pais podem estimular os filhos na rotina escolar
De um dia para o outro tudo mudou. As instituições de ensino fecharam as portas e o computador, que antes era apenas uma ferramenta que colaborava com o aprendizado, se tornou a janela para o mundo e para a escola.
As aulas agora acontecem à distância e os abraços são apenas virtuais. E como será que tem siso essa realidade para os alunos e seus pais? A Isadora Simões Araújo, de 11 anos, é aluna do 6º ano da escola Sesc Cidadania e conta que sua rotina mudou muito.
“Tem sido diferente, pois nunca tive estudado dessa forma, mas estou acompanhando bem. O bom é que estamos protegidos do vírus. O ruim é que eu não estou tendo contato com os colegas e professores” compartilha a adolescente.
A mãe da Isadora, Ana Cláudia Simões da Silva, conta como está sendo a adaptação da família à nova realidade e diz que no começo foi difícil. “No começo foi difícil por ser algo que nunca tínhamos passado antes, mas com o tempo estamos acostumando. Ela [Isadora] se adaptou bem, mas por ser novata teve dificuldades em algumas matérias que nunca tinha visto. Eu sempre acompanho, mas é muito difícil, nem tudo consigo ajudá-la porque nós, pais, não temos a didática do professor. Muitas vezes fazemos é atrapalhar”, lamenta.
A diretora do Sesc Cidadania, Tathiana Araújo Nunes, afirma que mesmo com a mudança drástica no modelo de ensino (antes 100% presencial), as aulas online têm sido um sucesso, pois todos têm se empenhado ao máximo, e existe um fato muito importante que tem colaborado muito para isso: a parceria Família e escola.
“O Sesc já vem trabalhando esse laço há nos e agora estamos fortalecendo essa parceria para que todos possam estar presentes neste processo de mudança. As em famílias que os pais estão indo trabalhar fora, por exemplo, temos ajudado com conteúdos informativos de como organizar o tempo e auxiliar na organização da vida escolar em casa, incentivando a rotina de estudo e de do dia a dia para que o aprendizado fique menos comprometido”, relata Tathiana.
Uma ação que tem ajudado muito as famílias e alunos, é o fato das aulas ficarem gravadas, permitindo que sejam acessadas posteriormente. Segundo Tathiana, isso reduz o estresse em relação a problemas como conexão com a internet. Ela conta que a escola também realiza plantões de dúvidas diários para atender pais e alunos.
Futuro
A jovem Isadora lamenta a falta do convívio diário proporcionado pela escola e já sabe qual é a primeira coisa que fará quando encontrar todos: “Quero abraçar meus amigos e professores.”
A mãe dela, Cláudia, está otimista em relação ao futuro. “Não sabemos quando e nem como será o retorno às aulas presenciais. Enquanto isso temos que ter força para ajudar e estimular nossos filhos nesse novo processo de aprendizagem. Tudo isso vai passar e isso vai ser uma história na vida deles”, comenta.
“Independentemente de como será, com a parceria Família e Escola sabemos que vamos vencer”, acredita a diretora Tathiana.
Orientação profissional
A psicóloga Lidiane Passarinho, especialista em atendimento a crianças e adolescentes, traz orientações de como os pais podem auxiliar os filhos no processo de adequação da rotina.
Prepare o ambiente: a preparação consiste em continuar ou criar uma rotina de estudos parecida com a que o filho tinha anteriormente, além de criar um ambiente que seja o mais adequado possível. Recebo notícias de alunos que durante as aulas online escutam pais de colegas conversando, discutindo, músicas, panelas batendo, enfim, ambientes não muito adequados.
Organize a rotina: Os pais precisam buscar organizar sua própria rotina, de forma a buscar dividir as tarefas, para que um ou outro não fique sobrecarregado. Ou caso, isso não seja possível, que o responsável organize seu tempo de forma equilibrada, incluindo a supervisão de aulas online e posterior acompanhamento.
Estimule: Pensando na realidade de filhos menores, seria interessante que os pais buscassem atividades de estimulação que se pareçam com o que o aluno esteja estudando. Quanto aos maiores, estimular a prática de descanso e, principalmente, de acolhimento para essa fase difícil, somada à dificuldade natural da fase da adolescência.