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Projeto “Roda de Leitura Inclusiva” fez parte da programação do Circuito Literário

A ação realizada pela biblioteca do Sesc Centro, promoveu debate sobre cultura e inclusão


O circuito literário promovido pelo Sesc Goiás, encerrou a programação no último sábado (21). Esta segunda edição ofereceu diversas atividades como: oficinas, apresentações, exposições, feira de livros, exibição de filmes e debates. Dentro da programação ofertada ocorreu o projeto “Roda de Leitura Inclusiva”, realizado no dia 19 de setembro, na biblioteca do Sesc Centro, que contou com a participação da arte-educadora, Joana Dark Leite, como mediadora.

O projeto que iniciou em 2018 tem como objetivo dar acessibilidade às pessoas com deficiência visual, no sentido de falar de livros, oportunizar e abrir espaço para revelação de novos escritores, além de mostrar que o Sesc está de portas abertas para discussões sobre literatura junto a este público específico. A Roda de Leitura tem a parceria do Núcleo de Apoio para Deficientes Visuais (NAP), onde os alunos da Instituição são participantes assíduos do projeto.

Para Joana Dark, que também é contadora de histórias do Grupo Narratividade, a Roda de Leitura Inclusiva é um momento de reflexão sobre a inclusão em todos os ambientes, inclusive no campo das artes. “A roda inclusiva é muito importante para refletirmos juntos sobre a possibilidade das artes em todos os lugares e para todas as pessoas, ou seja, o tema principal do debate é entender como que nós, por meio da arte e da literatura, podemos chegar em todos os espaços.” Ela também comentou que “hoje existe um movimento onde as pessoas estão realmente pensando em inclusão, mesmo sendo ainda pouco, mas existe essa discussão, e isso é legal, pois esse público passa a se sentir ouvido. Então esse também será o foco da nossa conversa aqui hoje. Será que esse movimento está acontecendo em Goiás, no Brasil? Será que essas pessoas estão sendo incluídas?”, concluiu Joana.

A Fátima Martins Eugênio, atriz, deficiente visual, participou desta edição da Roda de Leitura Inclusiva e contou sobre sua experiência nesta ação. “Essa roda de leitura, em especial, foi muito boa. Eu acho interessante essas conversas, pois o que eu sempre digo é que a primeira acessibilidade é a atitudinal. Cada pessoa tem o seu tempo, a sua forma de conhecer o mundo e de participar. Assim, essas rodas nos propiciam debater mais sobre cultura, acessibilidade e buscar outras pessoas para que elas conheçam e participem para que possam entender que ser deficiente é apenas uma forma diferente de conhecer e estar no mundo, mas o que elas precisam mesmo é de ter esses espaços, de ter apoio, pois a conscientização transforma a sociedade como um todo.” 

Ela ainda comentou sobre o espaço que o Sesc oferece para realização de projetos como este. “Para nós é muito importante esses espaços, inclusive o Sesc já realizou várias parcerias e tem nos acolhido muito bem. Eu, por exemplo, já me apresentei no Teatro Goiânia, por meio do Claque, podendo falar de inclusão e já participei, também, do projeto Palco Giratório. Os editais são tecnicamente bem criados e pensados na acessibilidade. Em resumo o Sesc tem dado uma abertura grande para o artista com deficiência”, concluiu Fátima.