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Encerramento da Oficina Entrelinhas no Sesc Mesa Brasil

Com delicadeza, bordado e costura se tornam ferramentas de arte, aprendizado e inclusão


Linhas coloridas, pedaços de retalhos espalhados e o som ritmado das máquinas de costura deram o tom da Oficina Entrelinhas, promovida pelo Sesc Mesa Brasil. Durante quatro dias, participantes tiveram a oportunidade de aprender e aperfeiçoar técnicas de bordado manual, em um ambiente de trocas, aprendizados e muita alegria. O projeto contou com a orientação das professoras voluntárias Isadora Medeiros e Ruti Rodrigues e reuniu representantes de entidades sociais atendidas pelo programa Mesa Brasil.

A Oficina Entrelinhas foi criada para capacitar e incentivar a geração de renda por meio do bordado. Segundo a assistente social do Sesc Mesa Brasil, Érika Cristina, a oficina vai além do ensino técnico, promovendo também a inclusão social e a troca de experiências entre os participantes: "Se trata de um bordado livre, a oficina é voltada para instituições sociais cadastradas no Mesa Brasil, que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade social. Aqui, os participantes aprendem técnicas que poderão levar para suas entidades, multiplicando o conhecimento e possibilitando a geração de renda. Além disso, contamos com a colaboração de voluntárias como a professora doutora Isadora Medeiros da UFG e Ruti Rodrigues, que, anos atrás, era aluna do projeto e hoje retorna como voluntária. Esse retorno das nossas próprias alunas como professoras é muito gratificante e mostra o impacto do nosso trabalho", afirma Érika. 

O curso contou com a presença de 30 alunos inscritos, entre eles um participante que se destacou por quebrar barreiras. O psicólogo, André Luís Fonseca França, descobriu um novo talento e foi o único homem na turma. Para ele, a experiência foi transformadora: "A princípio, minha participação foi sugerida pela gestora da empresa onde atuo, para que pudéssemos implantar esse aprendizado na Associação Pestalozzi, em Senador Canedo. Lá, realizamos um trabalho de acolhimento com famílias em situação de vulnerabilidade. Além do impacto terapêutico, queremos montar um estoque de peças bordadas para feiras e bazares. Nunca havia bordado antes, mas foi um momento especial. Durante esses dias, consegui me desconectar da rotina de trabalho e me dedicar a algo manual, criando com as próprias mãos. Fui muito bem acolhido e espero participar mais vezes", disse o psicólogo.

Outra participante, Mara Martins da Silva, que costura desde os 14 anos, viu na oficina uma oportunidade de aprimorar suas habilidades e expandir seus conhecimentos. “Adoro costurar e estou sempre em busca de aprender coisas novas. O mais especial dessa oficina foi a troca de experiências e a construção de novas amizades. Um ambiente acolhedor e repleto de aprendizado. Se me convidarem, com certeza estarei aqui novamente”, compartilha, enquanto costurava cuidadosamente o forro de uma almofada.

Voluntárias que fazem a diferença

O trabalho das professoras voluntárias foi essencial para o sucesso da oficina. "Participo do Rede Recostura há anos e sempre estive envolvida com trabalhos manuais. Quando recebi o convite para atuar como voluntária, aceitei com alegria. Para mim, o bordado é um trabalho terapêutico e transformador. Ver os alunos se dedicando e evoluindo me enche de orgulho. O André, nosso único aluno homem, surpreendeu a todos com sua habilidade. Queremos que mais homens participem, pois esse espaço é para todos", conta Ruti Rodrigues, que já foi aluna do projeto, retornou este ano como instrutora voluntária.

Já Isadora Medeiros, especialista em sustentabilidade e reaproveitamento de materiais, destacou o impacto social do projeto: "Trabalho há anos com projetos sociais e a utilização de materiais recicláveis. A Oficina Entrelinhas superou minhas expectativas. Em apenas três dias, os alunos avançaram significativamente, criando peças lindas e cheias de significado. O interesse e dedicação de todos foram inspiradores", conclui a professora voluntária.

Para o presidente do Sistema Fecomércio Sesc e Senac, Marcelo Baiocchi Carneiro, "o Sesc Mesa Brasil tem o compromisso de oferecer conhecimento e qualificação para transformar vidas. Através dessas oficinas, conseguimos incentivar a autonomia financeira e social dos participantes. Ver professoras voluntárias que um dia foram alunas retornando para ensinar é um sinal claro de que estamos no caminho certo", ressaltou a missão do projeto.

"A qualificação proporcionada pelo Sesc Mesa Brasil abre portas para muitas pessoas. Ao ensinar técnicas como o bordado, ajudamos não apenas na capacitação profissional, mas também no desenvolvimento pessoal e na inclusão social", destaca o diretor regional do Sesc e Senac Goiás, Leopoldo Veiga Jardim, sobre impacto transformador do aprendizado, ressaltando sua importância tanto para homens quanto para mulheres. A qualificação oferecida pelo Sesc Mesa Brasil não apenas capacita os participantes, mas também promove inclusão e novas oportunidades.

Durante o encerramento, os alunos puderam apresentar suas criações, reforçando a importância do conhecimento adquirido. O momento finalizou com a confecção de almofadas bordadas, evidenciando o talento e a dedicação dos participantes. Mais do que uma simples atividade, a experiência proporcionou uma verdadeira rede de aprendizado, empoderamento e troca de saberes.

A Oficina Entrelinhas provou que o bordado é para todos e que, com dedicação e apoio, novas oportunidades podem surgir. A expectativa agora é que os alunos multipliquem o conhecimento e que novas edições do projeto possam continuar transformando vidas por meio da arte e do aprendizado.