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Jovens nem-nem: Brasil é o segundo país com maior índice de jovens que nem estudam e nem trabalham

Pesquisas apontam que os jovens, entre 18 e 24 anos, são os que mais se enquadram na estatística


De acordo com o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), 36% dos jovens brasileiros, com idade entre 18 e 24 anos, não estudam e nem trabalham. Essa estatística é preocupante, pois é nessa faixa etária que muitos jovens estão terminando a educação básica e se preparando para entrar no mercado de trabalho.

Para esclarecer mais sobre esse assunto, o Momento Saber dessa semana conversou com a Coordenadora Regional de Educação do Sesc-Senac Luciana Carniello e a professora do Sesc Cidadania Leandra Ferreira. As profissionais destacam os principais fatores que estão levando os jovens a deixarem os estudos em segundo plano e algumas medidas que podem serem feitas para que possamos diminuir essa estatística. 

Luciana Carniello destaca que o cenário pós-pandemia trouxe consequências tanto do ponto de vista psicológico quanto social. “A instabilidade do que fazer, como fazer e qual carreira escolher logo ali no final do ensino médio é uma insegurança que muitos jovens tem, mas a pandemia acentuou ainda mais. Então, esse período que estamos vivendo merece uma atenção especial por parte dos educadores”, comenta.

Outro ponto muito importante para entender toda essa problemática é analisar quem é esse público, quem são esses jovens que estão fora da escola e do mercado de trabalho. “Precisamos analisar como está sendo a trajetória educacional desses jovens, entender o porquê estão chegando no final da educação básica e não estão conseguindo ingressar no mercado de trabalho”, pondera a professora de Projeto de Vida do Sesc Cidadania Leandra Ferreira. 

A profissional complementa fazendo uma reflexão sobre como está o mercado, se ele está preparado para receber esses jovens inexperientes, que ainda estão no processo de qualificação. “Precisamos olhar a sociedade como um todo, porque é uma questão muito complexa, que não tange somente à educação”, disse.

Além disso, é preciso que o jovem esteja ciente do que ele quer, de qual profissão almeja seguir. “Devemos conduzir esse jovem para que eles realmente saibam as suas habilidades. Que eles realmente saibam qual carreira querem seguir na vida. Por isso é importante alguns componentes curriculares que o novo ensino médio trouxe, como a disciplina de Projeto de Vida”.

A Coordenadora Regional de Educação do Sesc-Senac complementa dizendo que o Projeto de Vida passou a ser trabalhado dentro das unidades escolares do Sesc como algo que busca ouvir e entender os alunos, compreender suas ansiedades e ajuda-los a encontrar um caminho mais coerente.

Mas você deve estar questionando, o que é Projeto de Vida? Leandra explica que “o Projeto de Vida é mais que orientar sobre a escolha de uma profissão. Na verdade, o principal objetivo é fazer com que os alunos se conheçam, descubram suas habilidades”, esclarece. 

Para finalizar, elas explicam que a relação entre a escola e o mercado, embora distintos, demanda uma interação harmoniosa. É imprescindível considerar que a instituição escolar tem o papel de preparar os jovens para a realidade do mundo, para o contexto do mercado de trabalho. Cabe ressaltar que todas as vivências e experiências que os jovens experimentam no ambiente escolar, bem como a maneira como acessam e conduzem tais experiências, reverberam na sociedade como um todo.