Novos hábitos de leitura em tempos de tecnologia se tornam mais comuns
Tecnologia não exclui o hábito e pode ser aliada da leitura. Confira cinco dicas que vão te ajudar a se tornar um leitor mais assíduo
Muito se questiona se a evolução da tecnologia e a mudança no comportamento das pessoas pode excluir uma atividade ou meio de comunicação tradicional. É assim no caso do rádio, que se adaptou com a chegada da televisão lá atrás e agora se adapta com a internet e suas diversas possibilidades. O interessante é que as novas tecnologias vêm como aliadas dos meios tradicionais e como algo extremamente positivo. É o mesmo acontece com o livro físico. As pessoas têm se adaptado ao novo jeito de ler.
A 5ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro (IPL), Itaú Cultural e IBOPE Inteligência, com dados de 2019 mostrou que no Brasil, existem cerca de 100 milhões de leitores, que compõem 52% da população. Dentre os que responderam à pesquisa, 82% dos leitores disseram que gostariam de ler mais. A falta de tempo (foi o principal fator indicado pelos leitores pela não-leitura, representando 47%.
Segundo a bibliotecária do Sesc Campinas, Andrielle Gomes Macedo, a principal contribuição é que a tecnologia vem com mais possibilidades de formatos de leitura, que estão inclusos nas bibliotecas atualmente trazendo mais otimização do tempo para o leitor. “A leitura pode estar presente no nosso dia a dia, por exemplo, ao ouvir um podcast literário ou um audiolivro, enquanto fazemos alguma atividade física, cozinhamos, ou fazemos qualquer outra atividade em que não consigamos parar e abrir o livro físico para ler, mas conseguimos ouvir”, destacou.
Segundo ela, dispositivos de inteligência artificial como a Alexa, podem ler para usuário, além do que, diferentemente da inteligência artificial, existem pessoas narrando livros, o que torna a experiência muito mais prazerosa. “É interessante que essa modalidade vai otimizar a rotina das pessoas que dizem não ler por falta de tempo”, explica.
De acordo com Andrielle, também vale lembrar que o leitor com um hábito de leitura já desenvolvido não vai excluir o livro físico de forma alguma. “As bibliotecas conseguem oferecer a modalidade híbrida de acervo para atender às necessidades, rotina e gostos de cada pessoa, então a tecnologia vem para contribuir como o desenvolvimento do hábito de leitura, tanto para crianças, adolescentes e adultos”, pontua.
Ela conta que um exemplo prático disso é o clube do livro digital ou em formato híbrido, no qual as pessoas não precisam mais ler somente no formato tradicional de escolher um título e se encontrar uma vez ao mês com os colegas, presencialmente para compartilhar sua experiência. “Hoje em dia os leitores podem trocar suas experiências diariamente por meio da internet e esses clubes oferecem diversas modalidades para interação entre seus participantes. Por exemplo existe o chamado sprint, que é uma live ao vivo por videochamada, onde os leitores entram na sala de transmissão para lerem em conjunto simultaneamente e discutindo a obra”, ressalta a bibliotecária. Ela também comenta que há ainda grandes grupos de leitura coletivas, sejam no Brasil ou fora dele que também conseguem compartilhar experiências lendo uma mesma obra, o mesmo autor, ou o mesmo tema.
Confira cinco dicas que vão ajudar a tornar o leitor mais assíduo:
Bibliotecas Sesc - Oferecem um sistema inteiramente on-line que pode ser acessado por meio de qualquer dispositivo eletrônico que tenha acesso à internet e disponibiliza o catálogo de todas as bibliotecas do Sesc em território nacional. Assim é possível ver as obras bibliográficas que estão à disposição, fazer a reserva das obras e acessar o sistema que funciona como uma rede social, até mesmo escrevendo uma resenha da obra lida, promovendo maior interação entre as bibliotecas e leitores.
Biblioteca Digital Nacional do Brasil – Uma das maiores que existem no País com um acervo de mais de 700 mil obras, incluindo jornais, revistas, livros, artigos científicos e muito mais;
Banco de Dados de Livros Escolares Brasileiros – Conta com livros didáticos e materiais disciplinares escritos desde o século XIX até os dias atuais, além de contar um com catálogo de obras indígenas para reforçar a cultura e a história do Brasil;
Youtube – Não tem uma biblioteca de livros propriamente dita, mas possui biblioteca de áudios, músicas e efeitos sonoros que podem ser reproduzidos e baixados. É só acessar a biblioteca do Youtube pelo Google;
Open Library – Com livros de diferentes gêneros, conta com mais de um milhão de obras com acesso on-line e gratuito em diversos idiomas, incluindo a literatura nacional e internacional.