
Circuito Literário do Sesc Goiás apresentou a palestra ‘Sankofa – promovendo a equidade na escola com a literatura’
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17 de setembro
Publicado em 12/09/2025
Uma tarde de histórias, cantos e imaginação aproximou famílias das tradições dos povos originários
Na tarde de 11 de setembro, o Sesc Campinas, em Goiânia, recebeu o espetáculo “Sentada na rede, minha avó cantava e contava histórias”, da artista Aliã Wamiri, do povo Guajajara, no Piauí. A apresentação aproximou crianças e adultos em um encontro de histórias e cantos, que conduziu a plateia às tradições orais dos povos originários, com momentos de interação, imaginação e contemplação.
O espetáculo começou com o canto ancestral: “Ah re e e ira e ri a re, ri a re i a re arre”, que logo prendeu a atenção de quem estava presente. Aos poucos, histórias do tamanduá, de príncipes e de animais foram ganhando forma, acompanhadas de atividades que despertaram a imaginação das crianças. A cada narrativa, a oralidade se transformava em convite à reflexão, à escuta atenta e ao exercício da criatividade.
“Nesse espetáculo a gente fala da força da oralidade, de sentar em roda, de parar um tempo para ouvir as histórias antigas e de agora. É muito importante esse momento. Que as crianças passam a escutar, a imaginar que estão dentro de uma floresta, a imaginar que estão com os bichos em volta delas, e aí elas ficam bem agitadas, então a gente tem uma prática para elas poderem aquietar o corpo através da meditação. É uma compreensão de história que vai levar também para a parte da oralidade, mas também da criação”, contou a artista.
Aliã também destacou a importância de resgatar memórias e incentivar práticas coletivas. “Ao ouvir essa história, vocês vão lembrar das memórias das avós, vão trazer a criança interior, vão poder partilhar a imaginação, a concentração e principalmente desenvolver a criatividade”, completou.
Entre o público, mães e pais compartilharam a emoção de ver os filhos envolvidos na experiência. Joyelle Allwka, dona de casa e mãe do Samuel, de 2 anos, e do Benjamin, de 8, fala sobre o impacto do espetáculo: “Eu sou apaixonada. No outro evento que teve também a gente participou. Eu gosto muito das crianças interagindo, aprendendo, saindo das telas. É bom para incentivar a leitura, incentivar o conhecimento. Meus filhos gostam tanto que chegam em casa e contam as histórias. É muito especial”, contou.
Já Rosana Pereira, auxiliar de educação e mãe da Elisa, de 8 anos, destacou a importância de ter contato com culturas indígenas. “Achei interessante, diferente. Percebi que era uma forma de contar a história dos povos indígenas. Foi uma experiência boa”, afirmou com um sorriso. Elisa ainda completou: “Foi muito, muito legal”.
Segundo a bibliotecária do Sesc Campinas, Yana Araújo Barreto, o espetáculo revelou novas dimensões da literatura para o público infantil. “Na tradução da oralidade, que é passada da escrita para a contação de histórias, as crianças conseguem entender aquilo que é uma tradição oral. A contação da Aliã trouxe uma visão ampliada da cultura dos povos originários, das músicas, dos instrumentos, da linguagem. É uma forma de sair do livro e viver a literatura de maneira coletiva”, disse Yana.
Para o presidente do Sistema Fecomércio, Sesc e Senac Goiás, e vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Marcelo Baiocchi Carneiro, “O Sesc é um espaço de encontro, de formação e de transformação. Ao abrir suas portas para a cultura dos povos originários, como neste espetáculo de Aliã Wamiri, reafirmamos o compromisso de valorizar a diversidade cultural e proporcionar experiências que tocam, educam e inspiram as famílias”, pontua que iniciativas como essa fortalecem a missão social e cultural da instituição.
O diretor regional do Sesc e Senac Goiás, Leopoldo Veiga Jardim, também observa a relevância da ação. “É um privilégio receber espetáculos que mostram a arte, tradição e educação. A oralidade, tão presente na cultura indígena, mostra às nossas crianças e jovens que a literatura está viva, que vai além dos livros e que se manifesta também na escuta, na imaginação e na criação coletiva. Esse é o papel do Sesc, em aproximar culturas e formar novos olhares”, considera Leopoldo.
O espetáculo integra a programação cultural que, de 9 a 13 de setembro, movimenta a capital goiana e outras cidades com oficinas, encontros com escritores e ações de incentivo à leitura.
O Sesc é uma instituição do Sistema Fecomércio, Sesc e Senac, que tem por presidente Marcelo Baiocchi Carneiro. O Sistema integra a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), presidida por José Roberto Tadros.
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